
Os materiais conhecidos como “plásticos” são na realidade artefatos fabricados a partir
de resinas sintéticas, que são por sua vez produzidas através de matérias-primas de origem
natural, como o petróleo, o gás natural, o carvão ou o sal comum. Apesar da enorme produção
de “plásticos” a sua fabricação consome aproximadamente 5% do petróleo1 produzido
comercialmente no mundo. As resinas sintéticas são comercializadas sob a forma de pó,
grânulos, líquidos ou em solução, os quais, após aplicação de calor e pressão resultam nos
produtos tão conhecidos do nosso dia-a-dia.
A origem da palavra “plástico” é grega e significa “adequado à moldagem”, e assim
como a palavra “metal” não define o ferro ou o alumínio, “plástico” não se refere a um único
material2. O material plástico vem substituindo gradualmente os materiais convencionais no
projeto de produtos (design), não só por seu baixo custo, mas também em conseqüência do
desenvolvimento contínuo de sua funcionalidade. Os “plásticos” permitem acondicionar,
envolver, acomodar e até transportar produtos, mudando os hábitos de vida do consumidor
como, por exemplo, com os descartáveis, além das práticas de comércio.
Hoje o consumo de resina plástica supera quatro milhões de toneladas por ano.
Especialistas do setor de marketing afirmam que o sucesso dos plásticos deve-se ao seu
apelo visual, independentemente do produto a ser vendido, isto porque estes materiais, por si só,
imprimem a idéia de eficiência e competitividade a todo processo em que participem. Apesar do
aspecto físico comercialmente interessante, são as suas propriedades químicas que os fazem
tecnologicamente atraentes. Por outro lado, são estas mesmas propriedades que os tornam um
problema ambiental quando descartados pela sociedade ou pela indústria3.
Todo material quando não tem mais valor de uso ou não existe mais utilidade em
conservá-lo é denominado resíduo ou lixo. Por definição, resíduo sólido urbano inclui o
disposto por residências, instalações comerciais, instituições, fazendas e fábricas pequenas. Já
os resíduos industriais incluem o que é gerado na indústria pesada, automobilística, de
construção civil, demolição e resíduos de incineração.
Atualmente, a geração de resíduos sólidos apresenta três aspectos a serem
considerados4,5,6:
seu volume crescente, em função do crescimento populacional, urbanização e a introdução
da cultura de produtos descartáveis;
complexidade do resíduo, devido ao desenvolvimento de novos materiais introduzidos no
mercado, resultando em resíduos sintéticos nem sempre biodegradáveis ou assimiláveis
pelo meio ambiente e que, muitas vezes, necessitam de tratamento prévio à sua disposição
final;
poluição visual ou “lixo visual”, causado pelo crescente volume de resíduos plásticos e a
conseqüente desvalorização da área onde os mesmos são depositados.
A cidade de São Paulo gera mais de 13 mil toneladas/dia7,8 de resíduos sólidos, dos
quais, possivelmente mais de 700 toneladas são constituídas por embalagens plásticas
descartáveis fabricadas a partir de diversas resinas. Dentre estas resinas, as que possuem maior
participação em nosso cotidiano, nas formas mais diversas5,7,8,9, são: o poli(tereftelato de
etileno) conhecido como PET; o polietileno de baixa ou alta densidade (PEBD e PEAD,
respectivamente); o poli(cloreto de vinila) (PVC); o polipropileno (PP) e o poliestireno (PS).
O PLÁSTICO E O MEIO AMBIENTE
1. O Plástico no Lixo Urbano
2
Embora no Brasil sejam gerados mais de 500 mil toneladas por ano7,10 de resíduos, os
plásticos industriais, agrícolas e urbanos perfazem apenas uma pequena parcela (em peso) do
volume total dos resíduos sólidos, que se situa entre 6 e 10%, distribuídos conforme informam
pesquisas do Cempre/IPT, realizadas nas maiores cidades brasileiras e indicado na Figura
1.1, abaixo.
material orgânico
52%
papel e papelão
28%
vidro
3%
plásticos
6%
metal
5%
outros
6%